Produção de fertilizantes e energia pautam ações do deputado Paparico em Brasília
alinepietrobelli
13 de abr. de 2022
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O presidente da Frente Parlamentar da Mineração e do Polo Carboquímico na Região da Campanha, deputado Paparico Bacchi (PL), foi à Brasília reivindicar ações do governo federal para viabilizar a produção nacional de fertilizantes. A produção de energia elétrica, por meio do carvão mineral, também foi destaque na audiência do parlamentar com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na terça-feira (12). Paparico Bacchi solicitou que o governo federal encontre uma solução para continuidade das operações na Usina Termelétrica Presidente Médici, em Candiota, e destacou que o Rio Grande do Sul precisa de um programa de transição energética justo.
O impacto econômico e social com o término do contrato de venda de energia produzida na Usina Candiota III, previsto para dezembro de 2024, preocupa as autoridades que somam esforços para aprovar a emenda 17, da Medida Provisória 1078/21, de autoria do deputado Afonso Hamm. “Precisamos de convergência nas ações políticas nacionais, estaduais e municipais para solucionar os problemas que envolvem a mineração – que é fundamental para o desenvolvimento econômico e social na região da campanha. As projeções que destacam o fechamento das usinas de carvão mineral nos preocupam, tendo em vista a dependência que o RS tem na geração de energia elétrica por meio desta matriz de produção. Neste contexto, precisamos estabelecer um programa de transição justo para preservar a atividade, proporcionar economia ao consumidor e continuar gerando emprego, renda e desenvolvimento econômico”, salientou Paparico Bacchi.
Na ocasião, o parlamentar destacou que o RS precisa das mesmas condições que foram proporcionadas ao estado de Santa Catarina. “O incentivo à indústria do carvão mineral e a prorrogação dos subsídios por mais 15 anos, a partir de 2025, para as usinas de carvão no Sul do Brasil, é muito importante para o contexto socioeconômico gaúcho”, reforçou o deputado Paparico Bacchi ao ministro Bento Albuquerque.
O presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan, enfatiza que ao longo dos anos, todos os problemas relacionados à indústria do carvão foram resolvidos por meio da tecnologia, como no caso da emissão de CO2. “O gaúcho não conhece o patrimônio mineral e energético que tem, pagando uma fortuna pelo gás e fertilizantes importados que podem ser produzidos aqui. O projeto de desenvolvimento de uma indústria carboquímica tem um enorme potencial para gerar um produto de qualidade e com preço competitivo. Há tecnologia para isso. O Brasil importa cerca de 80% dos fertilizantes que o setor do agronegócio consome. Projeto desta natureza pode aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) em 4% até 2042. Enfim, é emprego e renda de forma exponencial”, destaca Zancan.
O ministro de Bento Albuquerque afirmou que pretende visitar Candiota, que é considerada a Capital do Carvão Mineral, além de reforçar que o governo federal não tem nenhum pré-conceito com a matriz energética e vai concentrar esforços para viabilizar uma transição adequada na área de produção de energia.
A audiência com o ministro contou com a presença do coordenador da bancada gaúcha no Congresso Nacional, deputado Giovani Cherini, além do presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Carvão Mineral, deputado Afonso Hamm, o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador, acompanhado pelo vice-prefeito Paulo Roberto Brum Correa, os vereadores de Candiota, Gildo Feijó, Guilherme Barão e Luana Vais, a presidente da Câmara de Vereadores de Hulha Negra, Tanira Santos Martins, o presidente do Sindicato dos Mineiros de Candiota, Hermelindo Ferreira, o diretor de negócios da Copelmi Mineração, Roberto Faria, e os representante da Águia Fertilizantes, Luiz Carlos Clerot e Fernando Tallarico.
Como evitar a falta de fertilizantes?
O conflito entre Rússia e Ucrânia alerta o Brasil sobre a possível escassez de fertilizantes, tendo em vista que a Rússia é o principal fornecedor do produto ao país. Neste contexto, o deputado Paparico Bacchi têm intensificado as ações parlamentares para evitar o desabastecimento do insumo. Na terça-feira (12), o parlamentar participou da reunião-almoço da Frente Parlamentar Agropecuária que tem o assunto como destaque na pauta de trabalho dos deputados federais.
Acompanhado pelo coordenador deputado federal Giovani Cherini, Paparico Bacchi se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para dialogar sobre o Plano Nacional de Fertilizantes lançado pelo governo federal em março de 2022, com ações voltadas à redução da dependência de importação de insumos agrícolas. Paparico Bacchi salientou no diálogo com o presidente Arthur que é possível evitar o desabastecimento e reduzir o custo de produção para os agricultores. Mas para isso, é necessário fortalecer a mineração e investir em tecnologia.
“O Brasil importa mais de 80% do consumo nacional de fertilizantes. Matéria divulgada pela Zero Hora, na segunda-feira (11), destaca que o risco de escassez do produto nas lavouras fez o preço do insumo disparar. Os dados apresentados registram que o volume adquirido pelo Brasil no mês de março custou US$ 455,6 milhões. Ou seja, três vezes mais caro comparado ao mesmo período em 2021. Com os preços atuais, tem agricultor que não vai plantar na próxima safra”, salientou Paparico Bacchi.
No Rio Grande do Sul, a empresa Aguia, tenta implantar uma unidade de produção de fosfato em Lavras do Sul. O projeto, destacado pelo deputado Paparico, tem capacidade inicial para extrair e vender 300 mil toneladas ao ano – o que representa pouco mais de 10% da demanda estadual. O prefeito de Lavras do Sul, Savio Prestes, destaca que as projeções da empresa podem multiplicar a produção para 600 mil ou 900 mil toneladas ao ano e que as reservas da matéria-prima no local chegam à margem de 105 milhões de toneladas.
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